sexta-feira, 31 de julho de 2009


O enlace


João saiu mais cedo do trabalho. Chegando em casa, a mãe mostrou-lhe a roupa passada e a toalha. A mãe ria e chorava. João apenas sentia uma ausência de tudo. Longe dali, Maria era vestida pelas vizinhas e primas e irmãs e mãe. Ninguém chorava. Riam, riam e riam. A felicidade estava tão pertinho. Maria sentia tudo de uma só vez. Até mesmo a presença de Deus. Na igreja, o padre perguntou. Eles responderam. Ele agora era o marido. Ela, a esposa. Depois, o tempo cuidou de tudo. Ele a conheceu. Pouco, é verdade. Ela também o conheceu, muito, a bem da verdade. Viveram não para sempre, mas para o trabalho, para os filhos, para os anos contados. Viveram não felizes, mas na santa paz dos eternos dias de brigas.

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