sexta-feira, 31 de julho de 2009



O riso



Há um riso que desafia a razão. Sim, há o riso do sábio, o riso do estúpido, o riso vendido, o riso buscado, o riso entristecido e o riso envergonhado. E há o riso inexplicável. É quando a boca grita ao mundo uma alegria desconhecida. É quando os olhos se fecham às coisas tristes, feias, nojentas e sangrentas da vida. É quando celebram um único e pequeno instante de uma alegria nascida sabe lá Deus onde, quando ou por quê. Os olhos, naquele instante, enxergam apenas um ínfimo momento da beleza do existir por existir. Educação, saúde, segurança, política, economia e guerras não existem naquele instante. O passado não existe. O futuro não existe. Existe, e só, um fragmento do presente, um miúdo de alegria que fica congelado nos segundos em que os olhos se fecham, a boa se abre, o riso nasce e a razão morre. De fato, a felicidade não existe. Mas quem disse que não há risos felizes?

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